segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Arte e cotidiano

06 de Agosto
Arte e cotidiano (TP2, p. 77 – Caso 3)

A arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano. E como interpretação da realidade, depende exclusivamente do recorte, ou fusão das realidades escolhidas pelo criador, criadora.
Suas principais características são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma.
Nos dias atuais, torna-se muito difícil entender o que é ou não é arte, devido às várias manifestações artísticas, criando assim, formas híbridas de arte.
São por estas razões, por intermédio da fantasia e do jogo das emoções, que a arte é um convite à (re)interpretação do mundo.
O filme O carteiro e o poeta trata de maneira magistral do papel que a arte tem na vida das pessoas. Mostra, sobretudo, como mudam nossos motivos para nos aproximar da arte, ao longo de nossa vida.
Antonio Skármeta nasceu no Chile em 1940. Professor de literatura, escritor, roteirista e diretor teatral, Skármeta é o autor do livro que deu origem ao filme. O qual, conta a história fictícia de um carteiro que levava a correspondência a Pablo Neruda, um dos mais importantes poetas do Chile e que por motivos políticos, exilou-se na Itália.
O personagem Mario se apropria da poesia por meio de sua convivência com o poeta, a partir de uma necessidade concreta, que era conquistar sua amada.

Diálogo entre o jovem Mario e o agente do correio:

O carteiro e o poeta

- [...] Trata-se de uma vaga de carteiro para a Ilha Negra.
- Que coincidência – disse Mario. – Moro ao lado, na enseada.
- Isto é bom. Mas o negativo é que só tem um cliente.
- Só um?
- Pois é. Na enseada todos são analfabetos. Não conseguem ler nem as contas.
- E quem é o cliente?
- Pablo Neruda.
Mario engoliu o que lhe pareceu um litro de saliva.
- Mas isto é formidável!
- Formidável? Ele recebe quilos de correspondência todos os dias. Pedalar com a bolsa em cima do lombo é o mesmo que carregar um elefante nos ombros. O carteiro que o atendia se aponsentou corcundo como um camelo.
[...]
- O salário... Os outros carteiros se viram com as gorjetas. Mas com um cliente só, mal vai dar para o cinema uma vez por semana.
- Quero o trabalho.
Skármeta, Antonio
Rio de Janeiro: Record, 2002.

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