quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Visita à E.E.B. Francisco Manfrói - 25/11/09



  As cursistas Leonete e Nadir nos convidaram para  conhecer sua escola e apresentar alguns trabalhos que estão sendo desenvolvidos.
                                A formadora Leopolda Pereira acompanhou a visita na escola.

                                                                                                                                                                              
 O Gestar II de Língua Portuguesa enriquecendo a prática docente.



A diretora Terezinha Ortiz, cursistas e formadora.



A linguagem das HQs.

domingo, 22 de novembro de 2009

Contação de Histórias

Contar histórias é uma arte milenar, presente em diferentes culturas. Embora em textos escritos antigos encontrem-se relatos e fragmentos da tradição oral, a preocupação com o registro escrito e a publicação dos contos populares é de certo modo recente. O sistema de transmissão dos contos não se fez uniformemente, assim como o processo de coleta e fixação, que variou de acordo com as diferentes motivações dos coletores e concepções de fidelidade às fontes. A questão não é simples e põe em debate o estatuto da "oratura" (ou "oralitura") em relação à literatura escrita, o jogo da subjectividade e da objectividade, as relações entre cultura erudita e popular, etc.
As coletâneas organizadas no século XIX e princípio do XX oferecem uma oportunidade de se "penetrar no universo mental dos camponeses, nos tempos do Antigo Regime", mas "o maior obstáculo é a impossibilidade de escutar as narrativas, como eram feitas pelos contadores", pois não podem "transmitir os efeitos que devem ter dado vida às histórias" - "as pausas dramáticas, as miradas maliciosas, o uso dos gestos para criar cenas" (Robert Darnton). Na passagem da palavra oral à escrita, embora se ganhe em possibilidades de permanência, perde-se "o grão da voz", como diria Roland Barthes. "Na narrativa oral, a Palavra é corpo: modulada pela voz humana, e portanto carregada de significações corporais; carregada de valor significante. Que é a voz humana senão um sopro (pneuma: espírito...) que atravessa os labirintos dos órgãos da fala, carregando as marcas cálidas de um corpo humano? A palavra oral é isto: ligação de cena e soma, de signo e corpo. A palavra narrada ganha uma inequívoca dimensão sensorial." (Adélia Bezerra de Meneses)
A função social dos contos e a importância do papel que desempenham dependem da época e do tipo de sociedade: nas sociedades tradicionais, as reuniões para ouvir e contar histórias eram práticas generalizadas e integralmente coletivas, como a dos contos à lareira dos camponeses do Antigo Regime, estudados por Darnton; Na sociedade em que vivemos, essas práticas, restritas à esfera da família e da escola, dirigem-se sobretudo às crianças. Recentemente, contudo, observa-se uma intensificação dessa atividade, e a narração de histórias vem-se expandindo significativamente, envolvendo diferentes faixas etárias e conquistando outros espaços. No Brasil, notadamente a partir da década de 90, multiplicam-se os contadores/as de histórias, que, de forma solo ou em grupos, atuam junto a um público variado e em diversos espaços, escolas, hospitais, eventos, internet...
Vale a pena ressaltar que, também nesse âmbito, evidencia-se o pioneirismo de Monteiro Lobato, ao recriar, no Sítio do Picapau Amarelo (1920-44), uma prática coletiva de leitura e contação de histórias com aspectos semelhantes a dos antigos contos de serão, em que adultos e crianças, sem distinção de sexo ou idade, participavam das reuniões.
Maria de Lourdes Soares (Docente na Universidade do Rio de Janeiro)

Dia da Contação de Histórias - E.E.B. Visconde de Cairu


Visita à E.E.B.Visconde de Cairu.

Estudo da oficina2, do TP1.


A coordenadora Janeth Telles Simas falou
sobre os resultados dos trabalhos referentes
ao Gestar II de Língua Portuguesa.


Sr. Giovane Manenti, diretor da escola.

Cursista Soraya L. M. Machiavelli participou da
contação de histórias.

domingo, 8 de novembro de 2009

Linguagem e Cultura

Linguagem e comunicação

Cursista Ana Cris apresentando seu projeto.


Cursistas trabalhando a oficina.

Organização das festeiras e do festeiro para o
próximo encontro.

Momentos de descontração...


Avaliação da oficina.

A linguagem no cotidiano
Imagine um político explicando sua plataforma política aos eleitores/as de uma forma que não os/as convence. É como se uma parte dele confiasse no plano e estivesse convencida de seus benefícios, mas outra parte sua tivesse dúvidas a respeito de sua eficácia. Por este motivo, a comunicação será vacilante, insegura ou artificial (exceção feita aos bons atores, atrizes e àqueles que convencem a si próprios). – Conferir texto: O perfil do político ideal, no blog, postagem sobre linguagem figurada.
Já, a mídia se utiliza da linguagem mista, sobretudo, a imagem e a música. Além disso, existem as novelas (linguagem oral) que manipulam extremamente o comportamento das pessoas. Há, sem dúvida alguma, uma relação de causa e efeito entre a cultura de massa e o comportamento. E com muitas outras linguagens além da linguagem verbal. Os costumes em geral, a moda, a alimentação, a linguagem. Até, criam-se modos de falar: “indiano, catarina, carioquês, gauchês, nordestês”...
Por isso que as novelas são muito mais atuais, pois estabelecem um distanciamento com a vida de hoje.
Porém, dialogar pode ser muito mais complicado do que parece. A comunicação não envolve somente a linguagem verbal articulada, como escrita e fala, mas também compreende a linguagem não verbal. Mais antiga, ela se desenvolve de maneira complexa na sociedade contemporânea e abrange outras linguagens – a moda, os gestos, as gírias, a arte, os sons e os sinais, entre outros.
MUNDO EDUCAÇÃO/2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Linguagem Figurada

A linguagem figurada está presente em várias situações de nossas vidas. Tanto na fala quanto na escrita, como em letras de música, poesia, prosa, prosa póética...
É comum encontrarmos:
- metáfora: “Ela é um doce de pessoa.” (comparação)
- metonímia: “Adoro Carlos Drummond de Andrade.” (substituição = obra do escritor)
- pleonasmo: “Olhou com olhos de misericórdia.” (repetição)
- onomatopeia: “Buum! A porta quase partiu!” (sons)
- personificação: “O vento uivou na esquina.” (atribuições)
- hipérbole: “Chorou rios de lágrimas.” (exagero)
- antítese: “Entre a paz e as guerras, temos a esperança de dias melhores.” (oposição)
- ironia: “Sabe tudo sobre política! Não sabia em quem para votar.” (criticar)
- catacrese: “Ergueu a cadeira pela perna.” (uso comum; não existe expressão)
- eufemismo: “Ele faltou com a verdade.” (mentira; suavizar)
Entre outros recursos de linguagem expressiva.

Alguns exemplos:

O perfil do político ideal

Quero agradecer a todos os amigos que têm se empenhado de coração para me ver candidato. Infelizmente não posso aceitar. Sei que os adversários de sempre vão insinuar que essa minha recusa não passa de tática eleitoreira. Acostumado que estou à calúnia das campanhas, não me espanta que o digam. Respondo também àqueles que de forma melíflua espalham boatos, dizendo que de qualquer forma eu não estaria preparado para o cargo. Mais mentiras. Meu interesse sempre foi tão grande que, quando governador, cheguei a propor a construção de um centro cultural no meu Estado. Na época fui combatido pela ousadia do empreendimento. Disseram que tudo não passava de conchavo com empreiteiros gananciosos.
Há ainda os que me acusam de nepotismo pelo simples fato de alguns membros de minha família fazerem parte da minha equipe de assessores mais chegados. Pergunto a esses que me achincalham sem pensar nas conseqüências: que culpa tenho eu se o acaso quis dotar de talento a competência exatamente essas pessoas ligadas a mim por laços consanguíneos? Devem pagar com o ostracismo pelo simples fato de serem meus irmãos, primos, tias e sobrinhos?
Quanto aos que me atacam, por duvidar da minha honestidade, respondo com a minha declaração de bens. Se às vezes me vi às voltas com processos de corrupção foi tão-somente por excesso de confiança nos homens públicos que cercavam, estes sim, verdadeiros responsáveis por vários desvios ocorridos durante os anos do meu governo.
Chegaram até me chamar de alcoólatra simplesmente por causa de inocentes coquetéis ingeridos durante infindáveis recepções oficiais, das quais, como político, não poderia jamais ter me furtado. Admito um ligeiro estado de euforia em algumas dessas festividades, mas nunca devido à bebida e sim, por causa das datas patrióticas nelas festejadas. Quem quiser confundir um mero escorregão provocado pela lisura do assoalho com os tropeções desajeitados de um bêbado que o faça: sei que a História me fará justiça.
Os mais canalhas chegam ao cúmulo de afirmar que quando eu era proprietário rural mandei eliminar meus adversários políticos valendo-me de jagunços acobertados pelo delegado local, homem íntegro e justo, somente acusado pelo fato irrelevante de ser meu cunhado. A esses, não dou nem a satisfação da resposta. Se, por coincidência, quinze do meus inimigos mais ferozes morreram de morte violenta, só tenho a agradecer ao cruel e merecido destino que lhes era reservado, sem que eu tenha movido um dedo para precipitá-lo.
Finalmente, me dirijo àqueles que, sem mais argumentos para me conspurcar com sua lama, vasculham minha vida íntima, chamando-me de devasso. Minha esposa e companheira por mais de vinte anos conhece a minha retidão. Reconheço que por deveres de Estado várias vezes tive de me ausentar do leito conjugal ao anoitecer, mas nunca para degradar-me com prazeres ilícitos e pecaminosos e sim para lutar de peito aberto contra os que sempre conspiraram, na calada da noite, contra a Democracia e a Liberdade.
(Jô Soares)

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Não sei se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
Se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Amor que promove.

E isso não é coisa
de outro mundo.
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais.
Mas que seja intensa,
verdadeira e pura
Enquanto durar.
“Feliz aquele que transfere
o que sabe ...
e aprende o que ensina.”
(CORA CORALINA)

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Chá de jasmim

Ingredientes: Uma colher de chá das folhas do chá de jasmim para cada xícara de água fervente.
Preparo: Encha um bule em forma de pássaro com água do orvalho... ou das tuas lágrimas. Ponha-o em fogo brando até que a água comece a sorrir. Escute o suave ruído crescer até se tornar uma gargalhada .
Retire e despeje numa taça de porcelana, onde já repousam as folhas do chá de jasmim, colhido no terceiro mês da Lua Brilhante.
Mexa-o com uma colher vermelha pintada de dragões.
Depois cubra a taça com um pedacinho de seda azul – cor do céu depois da chuva. Sentirás um aroma doce como o do Jardim das Flores que não Murcham Nunca.
Leve a taça aos lábios e beba devagar sete pequenos goles.
Teu corpo ficará leve como a primeira névoa da manhã, e então, somente então, sentirás a felicidade suprema... (Chiang Sing)