A linguagem figurada está presente em várias situações de nossas vidas. Tanto na fala quanto na escrita, como em letras de música, poesia, prosa, prosa póética...
É comum encontrarmos:
- metáfora: “Ela é um
doce de pessoa.” (comparação)
- metonímia: “Adoro
Carlos Drummond de Andrade.” (substituição = obra do escritor)
- pleonasmo: “
Olhou com olhos de misericórdia.” (repetição)
- onomatopeia: “
Buum! A porta quase partiu!” (sons)
- personificação: “O
vento uivou na esquina.” (atribuições)
- hipérbole: “Chorou
rios de lágrimas.” (exagero)
- antítese: “Entre a
paz e as
guerras, temos a esperança de dias melhores.” (oposição)
- ironia: “Sabe
tudo sobre política!
Não sabia em quem para votar.” (criticar)
- catacrese: “Ergueu a cadeira pela
perna.” (uso comum; não existe expressão)
- eufemismo: “Ele
faltou com a verdade.” (mentira; suavizar)
Entre outros recursos de linguagem expressiva.
Alguns exemplos:
O perfil do político ideal Quero agradecer a todos os amigos que têm se empenhado de coração para me ver candidato. Infelizmente não posso aceitar. Sei que os adversários de sempre vão insinuar que essa minha recusa não passa de tática eleitoreira. Acostumado que estou à calúnia das campanhas, não me espanta que o digam. Respondo também àqueles que de forma melíflua espalham boatos, dizendo que de qualquer forma eu não estaria preparado para o cargo. Mais mentiras. Meu interesse sempre foi tão grande que, quando governador, cheguei a propor a construção de um centro cultural no meu Estado. Na época fui combatido pela ousadia do empreendimento. Disseram que tudo não passava de conchavo com empreiteiros gananciosos.
Há ainda os que me acusam de nepotismo pelo simples fato de alguns membros de minha família fazerem parte da minha equipe de assessores mais chegados. Pergunto a esses que me achincalham sem pensar nas conseqüências: que culpa tenho eu se o acaso quis dotar de talento a competência exatamente essas pessoas ligadas a mim por laços consanguíneos? Devem pagar com o ostracismo pelo simples fato de serem meus irmãos, primos, tias e sobrinhos?
Quanto aos que me atacam, por duvidar da minha honestidade, respondo com a minha declaração de bens. Se às vezes me vi às voltas com processos de corrupção foi tão-somente por excesso de confiança nos homens públicos que cercavam, estes sim, verdadeiros responsáveis por vários desvios ocorridos durante os anos do meu governo.
Chegaram até me chamar de alcoólatra simplesmente por causa de inocentes coquetéis ingeridos durante infindáveis recepções oficiais, das quais, como político, não poderia jamais ter me furtado. Admito um ligeiro estado de euforia em algumas dessas festividades, mas nunca devido à bebida e sim, por causa das datas patrióticas nelas festejadas. Quem quiser confundir um mero escorregão provocado pela lisura do assoalho com os tropeções desajeitados de um bêbado que o faça: sei que a História me fará justiça.
Os mais canalhas chegam ao cúmulo de afirmar que quando eu era proprietário rural mandei eliminar meus adversários políticos valendo-me de jagunços acobertados pelo delegado local, homem íntegro e justo, somente acusado pelo fato irrelevante de ser meu cunhado. A esses, não dou nem a satisfação da resposta. Se, por coincidência, quinze do meus inimigos mais ferozes morreram de morte violenta, só tenho a agradecer ao cruel e merecido destino que lhes era reservado, sem que eu tenha movido um dedo para precipitá-lo.
Finalmente, me dirijo àqueles que, sem mais argumentos para me conspurcar com sua lama, vasculham minha vida íntima, chamando-me de devasso. Minha esposa e companheira por mais de vinte anos conhece a minha retidão. Reconheço que por deveres de Estado várias vezes tive de me ausentar do leito conjugal ao anoitecer, mas nunca para degradar-me com prazeres ilícitos e pecaminosos e sim para lutar de peito aberto contra os que sempre conspiraram, na calada da noite, contra a Democracia e a Liberdade.
(Jô Soares)....................
Não sei se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
Se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Amor que promove.
E isso não é coisa
de outro mundo.
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais.
Mas que seja intensa,
verdadeira e pura
Enquanto durar.
“Feliz aquele que transfere
o que sabe ...
e aprende o que ensina.”
(CORA CORALINA)
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Chá de jasmimIngredientes: Uma colher de chá das folhas do chá de jasmim para cada xícara de água fervente.
Preparo: Encha um bule em forma de pássaro com água do orvalho... ou das tuas lágrimas. Ponha-o em fogo brando até que a água comece a sorrir. Escute o suave ruído crescer até se tornar uma gargalhada .
Retire e despeje numa taça de porcelana, onde já repousam as folhas do chá de jasmim, colhido no terceiro mês da Lua Brilhante.
Mexa-o com uma colher vermelha pintada de dragões.
Depois cubra a taça com um pedacinho de seda azul – cor do céu depois da chuva. Sentirás um aroma doce como o do Jardim das Flores que não Murcham Nunca.
Leve a taça aos lábios e beba devagar sete pequenos goles.
Teu corpo ficará leve como a primeira névoa da manhã, e então, somente então, sentirás a felicidade suprema... (Chiang Sing)